O diferencial do VecAgro 4x4 X-treme está nas peças de fácil acesso no mercado brasileiro

Duas empresas selecionadas pelo programa Tecnova-RS, que investe R$ 25 milhões em micro e pequenas empresas gaúchas, lançaram produtos inovadores durante a 38ª Expointer. Com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs) em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), a Agrovec, de Novo Hamburgo, e a Eirene Solutions, de Porto Alegre, desenvolveram projetos com tecnologia de ponta que são alternativas econômicas e sustentáveis ao agronegócio, responsável por 40% do PIB gaúcho.

O Tecnova-RS, convênio entre a Finep, Fapergs, Fiergs/Instituto Euvaldo Lodi e CEEE, incentiva a geração de inovação e o crescimento de pequenos empreendedores para desenvolver a economia. Os recursos variam entre R$ 200 mil e R$ 667 mil para as 50 empresas selecionadas em áreas como tecnologia da informação e comunicação, petróleo e gás, energias alternativas, saúde avançada e medicamentos, calçados e artefatos, indústria moveleira, metalmecânico-automotivo e agroindustrial.

O diretor administrativo-financeiro da Fapergs, Marco Antonio Baldo, participou da apresentação dos produtos durante a feira agropecuária, acompanhado de Lucimar Carnizella, assessor do ministro do Desenvolvimento Agrário, e de Gilberto Machado de Pinho, chefe de gabinete da Secretaria Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia.

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Carreta agrícola 4x4

Especializada em produção de carretas e maquinário agrícola, a Agrovec recebeu R$ 475 mil em recursos para o desenvolvimento do projeto VecAgro 4x4 X-treme, um veículo com motor a diesel (22 hp) que transporta até 800 kg na caçamba e chega a 60 km/h.

A carreta é utilizada no transporte de cargas em condomínios fechados, indústrias, parques, turismo rural e urbano. Além de atender a agricultura familiar, é alternativa para os grandes produtores no abastecimento de diesel e manutenção de tratores, conserto de cercas ou outros tipos de carregamentos.

O engenheiro mecânico Leandro Moretti, um dos sócios, explica que o diferencial do produto está no aproveitamento de peças disponíveis no mercado de empresas como Wolkswagen, General Motors e Honda. "São peças de fácil acesso no mercado automobilístico brasileiro, tornando a manutenção simples e de baixo custo", justifica.

Ele garante que o veículo – com preço de R$ 46 mil – é mais econômico do que os concorrentes. "As alternativas são importadas e custam o dobro da nossa (cerca de R$ 100 mil)", afirma.

Fundada em 2008, a Agrovec passou de oito para 19 funcionários em sete anos. Em 2014, faturou R$ 1,5 milhão e deve repetir os ganhos até o final deste ano, apesar da crise econômica no cenário nacional. Possui clientes em Brasília, São Paulo e Espírito Santo e agora tenta expandir as vendas para Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e outros estados de tradição no agronegócio.

Na opinião de Moretti, o incentivo do Tecnova-RS permitiu que os resultados fossem alcançados mais rápido. "Em um ano, obtivemos o resultado de trabalho que levaríamos pelo menos quatro. O apoio foi a condição para realizarmos o projeto. Buscamos novos horizontes e alcançamos novos mercados", avalia.

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Drone pulverizador

O pulvedroid, avião-robô que pulveriza plantações com fertilizantes e pesticidas, é a proposta de inovação da Eirene Solutions para modernizar a agricultura de precisão no País. Com incentivo de R$ 588 mil, a empresa apresentará um protótipo funcional para testes até o final deste ano. Em 2016, o produto vai ser alternativa aos aviões agrícolas e pulverizadores manuais.

Antes utilizados pelos Estados Unidos como equipamento bélico, os Veículos Aéreos Não Tripulados (Vant), conhecidos como drones (zangões em inglês), também trazem vantagens às pessoas. No caso da agricultura, o objetivo da Eirene é comercializar um produto sem risco de vida e contaminação ao piloto, mais ágil, econômico e que agrida menos o meio ambiente.

Em média, os drones comuns, utilizados na captação de imagens e vigilância, custam entre R$ 2 e R$ 5 mil. Modelos mais sofisticados variam de R$ 120 mil a R$ 300 mil ou mais. A Eirene projeta um vant de 1,5 m a 2 m de envergadura, com preço acessível tanto para o pequeno quanto para o grande produtor rural.

Para Alano Fleck, um dos sócios, a subvenção das agências de fomento dos governos estadual e federal acelera o crescimento das micro e pequenas empresas, além de proporcionar competitividade de mercado. "Não houvesse o incentivo, não teríamos capital para contratar pessoas e bancar a infraestrutura necessária para desenvolver um projeto com tecnologia de ponta", acrescenta.

Fundada em 2010, a Eirene é uma das empresas incubadas no Tecnopuc, Parque Científico e Tecnológico da PUCRS. Atualmente, possui cinco funcionários e também presta serviço de consultoria em gestão ambiental e administrativa.

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Texto e fotos: Gonçalo Valduga/Fapergs