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Governo do Estado libera R$ 25 milhões em recursos para investir em micro e pequenas empresas

O Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs), liberou nesta quarta-feira (20) a primeira parcela dos R$ 25 milhões que serão repassados pelo programa Tecnova às micro e pequenas empresas do Rio Grande do Sul. A empresa agroindustrial Simbios Produtos Tecnológicos, de Cachoeirinha, na região metropolitana de Porto Alegre, foi a primeira a receber o contrato das mãos do secretário da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico, Cleber Prodanov, em cerimônia no Galpão Crioulo do Palácio Piratini.

Tecnova-RS, versão gaúcha do programa nacional promovido pelo Governo Federal, incentiva a criação de produtos inovadores e o crescimento de pequenos empreendedores para desenvolver a economia gaúcha. Oito das 50 empresas selecionadas no edital receberam os documentos, oficializando a liberação de recursos, que variam entre R$ 200 mil e R$ 667 mil.

Para Prodanov, as micro e pequenas empresas têm papel fundamental na potencialização da economia gaúcha por servirem como startups de grandes empresas. Ou seja, fornecem suprimentos, tecnologia, equipamentos e conhecimento às maiores. As startups são empresas da área de tecnologia, com reconhecida inovação e que trabalham com condições de incerteza nos investimentos.

"Fortalecer essa relação, com visão tecnológica, é fundamental para o Estado porque resultará em abertura de vagas para os jovens, emprego qualificado, articulação com as universidades e o fortalecimento de incubadoras com o parque tecnológico", avaliou o secretário. "Criamos uma sinergia de desenvolvimento, onde a tecnologia é elemento fundamental de transferência para todo o tecido industrial de serviço", acrescentou.

Para a diretora-presidente da Fapergs, Nádya Pesce da Silveira, o Tecnova é um marco na área científica porque transfere conhecimento das universidades para as empresas. "Atualmente no Estado, as empresas de ponta em tecnologia são oriundas de incubadoras universitárias. Realizamos um sonho que é passar da teoria para a prática, transferindo o conhecimento para a sociedade a partir do apoio a estes pequenos empresários", afirmou.

Os recursos de subvenção serão repassados em três fases: R$ 7,5 milhões na primeira, mais R$ 7 milhões na segunda e R$ 10,5 na última. A Fapergs fará a fiscalização e analisará a prestação de contas das empresas durante o processo.

As selecionadas pertencem às cadeias de tecnologia da informação e comunicação; petróleo e gás; energias alternativas; saúde avançada e medicamentos; calçados e artefatos; indústria moveleira; e nos setores metalmecânico-automotivo e agroindustrial. Os 13 municípios atendidos são Bento Gonçalves, Cachoeirinha, Caxias do Sul, Garibaldi, Igrejinha, Lajeado, Novo Hamburgo, Pelotas, Porto Alegre, Santa Maria, São Leopoldo, Selbach e Viamão.

Inovação radical

Além de movimentar a economia, o incentivo às micro e pequenas empresas é visto pelos integrantes do setor como crucial para os projetos saírem do papel. Segundo eles, a "inovação radical" traz altos custos e o retorno financeiro do produto no mercado, na maioria das vezes, demora anos para chegar.

O engenheiro mecânico Giovani Geremia, sócio da Instor Projetos e Robótica, acredita que a inovação industrial também depende dos esforços entre governo e sociedade. "A grande vantagem é conseguir fomentar o início de projeto para podermos desenvolver o produto. Sem esse tipo de apoio, o projeto estaria engavetado pelo alto valor das despesas envolvidas".

A Instor Projetos e Robótica receberá R$ 630 mil para criar um robô que faz a limpeza de risers em plataformas de petróleo. O riser é a tubulação flexível que leva o mineral do fundo do mar até a plataforma. A canalização necessita de reparos devido à formação intensa de cracas (crustáceos que vivem nos rochedos e em cascos de navios). O sistema mecânico será alimentado pela energia das ondas, substituindo o trabalho arriscado dos mergulhadores.

Na visão do empresário Luís Canabarro Cunha, sócio da Ezos Tecnology, é essencial o Estado criar produtos com patente própria. "Ao oferecer o subsídio, o governo evita que tenhamos que buscar peças no exterior, consolidando a nossa própria tecnologia", explicou.

A Ezos é uma indústria de aparelhos eletrônicos que fabrica sensores de presença, dimmers (dispositivos que controlam a intensidade luminosa) e campainhas cigarras. A empresa receberá R$ 298 mil para desenvolver uma tomada Wi-Fi que combate o desperdício de energia elétrica. Com um computador ou smartphone, será possível gerenciar, mapear e controlar a eficiência energética dos eletrodomésticos, podendo liga-los e desliga-los de qualquer lugar. O usuário também poderá criar um relatório de gastos em dinheiro no período de tempo que julgar necessário.

Recursos

Do total de recursos, R$ 15 milhões são aportados pela Finep, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e R$ 10 milhões provêm da parceria entre o governo do Estado, Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Instituto Euvaldo Lodi e CEEE.

Para auxiliar a Fapergs, entraram com apoio técnico da Sesampe, Badesul, AGDI e da Reginp. Informações sobre o andamento do processo de contratação de empresas estão disponíveis nos sites www.tecnova.rs.gov.br e www.fapergs.rs.gov.br.

Texto: Gonçalo Valduga
Foto: David Alves/Palácio Piratini